A benção de Lena e Tanna-Toh: a importância da vacinação contra a COVID-19

A benção de Lena e Tanna-Toh: a importância da vacinação contra a COVID-19

vacinação

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Esse texto vai fugir um pouco do tema central aqui do blog, mas não muito, e falar de vacinação: RPG é um passatempo coletivo, e por mais que as plataformas digitais sejam uma mão na roda, muitos de nós estamos super ansiosos para poder voltar a reunir os amigos pra explorar masmorras e viver aventuras.

Antes de mais nada, quero agradecer Vinicius Costa (lindo nome, amigo!), de quem caradepaumente copiei o título deste post:

A Jambô e a quest pela vacina

Quem acompanha o pessoal da Jambô ou de Tormenta nas redes sabe que alguns de nós já fomos vacinados por comorbidade. J.M. Trevisan, Marcelo Cassaro, Dan Ramos, Elisa Guimarães, Camila Gamino (que não trabalha na Jambô), Maurício Feijó e eu já tomamos todos uma ou duas doses de algum dos três imunizantes que você encontra no SUS (e até agora nenhum virou trog). Uma preocupação que tem passado pelas cabeças de todos nós, ansiosos para voltar a lamber maçanetas e corrimões sair de casa e ver os parentes e amigos com menores riscos de ter uma morte horrível, ou pior, ajudar a matar alguém que ama, é uma esquisitice de nossos tempos: Pessoas que, de acordo com a ordem de vacinação, estão aptas a levar a tão desejada agulhada e preferem “passar a vez” por acharem que tem quem precise mais, ou por pressão das redes sociais que acusam qualquer pessoa que não esteja a um passo dos procedimentos paliativos em um hospital de estarem “mentindo comorbidade” pra “furar fila”. Não caiam nessa! Como já diria o meme, é uma cilada, bino.

Além de Camila e Elisa duas das pessoas importantes pra gente aqui na editora, summonei também Priscila Chiampi, amiga de infância que apresentou Castelo Falkeinstein pra Karen Soarele e eu, e hoje trabalha como médica, para falar um pouco sobre a vacinação.

Camila Gamino
Pedagoga, cosplayer, membro do Podcast da Dragão Brasil, não trabalha na Jambô

Tomar a vacina foi uma realização. Estava trancada em casa há 1 anos e 3 meses, sem nem ir no supermercado por ser portadora de Diabetes tipo 1. Amigos faziam as compras pra mim e deixavam na minha porta.
Depois de passar mais de um ano ouvindo que se eu pegasse COVID-19, certamente morreria por causa da diabetes, foi um alívio que eu não consigo sequer descrever. Poder fazer meu próprio supermercado, caminhar no sol, ir tomar um café na padaria, são coisas que eu não vejo a hora de poderem retornar à minha rotina. Eu sei que as coisas não voltarão ao normal, e todo cuidado ainda será tomado, mas é um fio de esperança pra quem está trancado em casa há tanto tempo.

Elisa Guimarães
Escritora, tradutora e revisora. 

Como é estar vacinada? A sensação é de alívio e culpa.

O alívio vem porque a possibilidade de haver complicações se eu adoecer é menor. Assim, é menos provável que minha cria fique órfã (o pai dela tem problemas respiratórios muito graves). E culpa porque eu tomei a primeira dose da vacina, mas tem um monte de gente morrendo que poderia estar melhor se tivesse tomado também. O marido de uma das minhas melhores amigas morreu de COVID-19, ele teria tomado a vacina dele na mesma época que eu.

É um sentimento agridoce de alegria e indignação pelas vidas dos outros. Agora eu espero ansiosamente a segunda dose, minha e do meu marido. Planos para o futuro? Eu quero ir ao cabelereiro depois dos 15 dias da segunda dose, porque não dá para ir de PFF2. E quero muito levar minha filha pra tomar um sorvete, ela ainda não foi a nenhuma sorveteria desde que nos mudamos para Porto Alegre. A vida vai continuar e as máscaras vão continuar como parte da nossa rotina, mas a perspectiva de não ficar gravemente doente dá um novo sabor a vida. Ainda estamos longe do fim, mas é um bom começo.

Priscila Chiampi
Médica, nerd e mãe

Estamos presenciando um fenômeno social, em graus diferentes, que particularmente batizei de “Síndrome do martírio”. Falando em termos de pandemia pela COVID-19 e a tão desejada (porém polêmica para muitos)  vacina, essa síndrome social se apresenta em pessoas que usam o argumento de que não irão se vacinar pois outros precisam mais do que eles. Aqui vamos nos ater a um conceito importante, agora falando como médica: o efeito rebanho das vacinas, considerado em todas as campanhas de vacinação, é basicamente o efeito protetor quando um certo percentual de pessoas estão imunizadas, barrando assim o contágio de uma determinada enfermidade.

Isso posto, sendo você escolhido como grupo a ser vacinado agora, por qualquer que seja a razão (comorbidade, idade, ocupação, etnia, etc.), é seu dever social e um ato de empatia se vacinar. Assim você beneficia a si mesmo e a outros. A ordem da vacinação não foi escolhida à toa, e sim seguindo grupos de risco, pessoas que são mais expostas, grupos que devem ser preservados (como os indígenas), a supra importância de alguns como os que compõe a linha de frente, e etc. Foi pensado por uma junta de especialistas, estudada e revisada, carrega então bastante prestígio, algo que se pode confiar. Podemos dizer inclusive que a vacinação não é um direito, e sim um dever, e um ato de amor ao próximo acima de tudo.

A postos pra quest!

Então, meus queridos aventureiros, fica aqui o nosso pedido: Informem-se sobre em que pé anda a vacinação nas suas cidade. Ignorem babacas que querem convencer vocês de que não são dignos de tomar uma medida pode impedir que vocês morram. Continuem tomando os cuidados mesmo vacinados, porque vocês ainda podem transmitir coronavírus. E fiquem seguros, porque essa é a a nossa maior arma para que o mundo volte o mais rápido possível pra normalidade e possamos nos ver, dessa vez, sem uma tela entre a gente.

Registros de vacinação

Esse aqui é só pra compartilhar alegria e alívio mesmo.

2 COMENTÁRIOS

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augustocjrjr

Agradeço imensamente a toda a equipe da Jambô e filiados por tornarem meus dias difíceis um pouco menos difíceis. S2 Obrigado S2

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lecard

Simplesmente sensacional. Parabéns pela iniciativa!